19 de outubro de 2009
Estava tudo confuso naquela segunda-feira, tudo irritava Nanda a ponto de dar esporros, mas era comum. Era incrível como seu humor mudava.Naquela manhã tudo ao seu redor a irritava, aquela chave barulhenta no fumódromo, aquelas caras pálidas, apenas as flores roxas e vermelhas da primavera estranha não a incomodava, mas hoje elas não estavam tão bonitas, o sol não estava presente para iluminá-las.
Na noite anterior, forçara um choro e mal sabia o porquê, todo aquele sentimento estava morrendo e ela nem percebia o quanto, não via que sua dor já não era tão grande, na verdade, o que estava morrendo era a esperança, esta que dizia naquele livro pelo chinês que era o pior dos venenos, o veneno não a matou, mas talvez tivesse matando o próprio sentimento que alimentava.
Aquele enjôo que já perdurava mais de uma semana. Era só chegar lá, todos os dias de manhã que a sua situação estomacal já começava com força. Aquelas pessoas davam vontade de vomitar, e nada poderia fazer.
Serravalle, aquela música era muito depressiva. Nanda gostava de músicas depressivas, mais do que das alegres, tinha um namorado que dizia que odiava musicas alegres, foi muito influenciada por ele em algumas coisas. Tudo que pensava era em sua cama, sozinha mesmo dormindo, mas a companhia de Gustavo naquele final de tarde não seria nada mal. Como era bom trepar com ele ...
A vertigem sempre vinha acompanhar os enjôos, seguido de tontura e tormenta, era a pressão ... a pressão baixa, talvez causada pela pressão da vida.
Aquele toc toc de salto no chão davam mais enjôo ainda, era provido de raiva eu acho.Aquela japonesa com aqueles pêlos gigantes no braço, era de embrulhar qualquer estômago.Era a pessoa que mais conseguia tirar Nanda do sério, não tinha a menor paciência com aquela velha psicopata.Ela achava que entendia de tudo, tudo que outros faziam estava errado, ficava pra cima e pra baixo com a câmera na mão e o gravador nos bolsos “pegando as coisas erradas” : Eu preciso da minha caneta vermelha, tá tudo errado.Vou ter que passar caneta vermelha, ela dizia com aquele ar de inconformidade, como se tivesse descoberto alguma coisa que ninguém soubesse.E ganhava muito bem para fazer “tudo” isso.Era odiada por todos.Apesar de tirar Nanda do sério, ela não tinha sentimentos de raiva por ela, aliás, não tinha esses sentimentos por ninguém eu acho, nunca que tivesse demonstrado pelo menos.
O enjôo já havia passado, mas logo voltaria, ainda teriam algumas horas para ir embora.Estava ansiosa.Queria ver Clarinha e Natasha.Como aquelas meninas choravam, todas, Nanda também e haviam mais amigas choronas, fazia tempo que não via Letícia chorando ... mas podia sentir sua dor, mas as que mais sentia, além da sua, era quando abraçava Carol ,Natasha também, mas a Carol devia sofrer muito. Confiavam em Nanda.
- Você não gosta de Nanda?
- Não.Prefiro Fê, mas minha mãe me chama assim desde pequena ...
- Então vou te chamar de Fê, disse Clarinha sorridente. Pensei: sempre falam isso, mas Nanda já é automático, mas respondi com um sorriso de canto: Ta bom.
5 semanas se passaram, e tudo era igualzinho.
Mas dessa vez Leticia chorou, Natasha chorou, Nanda chorou, por que tanto choravam aquelas mulheres?
Lindas e choronas, era o que eram.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
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sim, lindas e choronas, todas elas
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