Cinco e cinqüenta. Puta merda perdi a hora de novo.
Aquele lugar fedia mijo, mas as histórias de Cauby faziam companhia a Nanda naquelas manhãs nos trens sujos de São Paulo.
Clarinha era forte, não chorava muito. Nanda talvez fingisse mais, pois nunca havia chorado com as amigas, mas chorava quase todos os dias sozinha, escondida.Natasha era escrachada, chorava a qualquer momento que quisesse, aliás, era assim com tudo, para chorar, para beijar, para fumar um, para trepar.
Sua tristeza é mais orgulho do que dor, era auto suficiente demais para sofrer por isso, sabia que não precisava disso.
Aquela noite foi estranha, aquele dia tinha sido estranho.Queria que acabasse logo, não estava segura.Nanda quase dormiu, mas não o fez porque sabia que ele estava lá.Mas quem estava de verdade era Gustavo, dando o melhor prazer que uma mulher pode ter.Não via a hora de ficar consigo mesma e se enfiar no chuveiro e continuar pensando em Gustavo.Por dentro estava quente mas sentia frio, e sua pele ardia de calor, as sensações eram alheias a qualquer um que quisesse conversar ou se aproximar, já havia começado há algumas horas seu momento introspecção.Dava gosto de ver o rostinho de felicidade de Nanda quando podia se encontrar consigo mesma, apenas ela e a fumaça de seus cigarros.Lembrava-se da frase que ouvira naquela noite e sorria: “ a maconha não personifica, mas intensifica”, adorava essa frase, pois podia senti-la, todos seus sentidos estavam intensificados naquele momento, como de costume, inclusive seus sentimentos de impaciência.
Aquele tênis não combinava com o meu all star sujo. Bom, os sapatos do Gustavo também não, mas isso não importava, afinal eles não combinavam com as roupas dele também, e isso combinava mais com Nanda.Eles combinavam mesmo era na cama.O tênis que combinava com seu all star e com a decoração do apartamento era o de Juan.
Se perguntava porque pensava tanto no Gustavo ultimamente, ele era somente o Gu, nada demais.Talvez tivesse algo demais sim que se revelava em alguns momentos.Seu sorriso empolgado, seus gemidos e longos beijos fortes e fugazes, estampavam a dor que sentia quando estava com Juan, nunca mais estivera com ele.Juan era o mais distante porém o mais próximo.
Mais do que o tênis de Juan, o que ficaria perfeito ao lado daquele all star, no cenário do meu apartamento, era os de Rodrigo.Hoje estava espetacular.Nunca tinha reparado como seu braço era branquinho, grande, era um conjunto harmonioso, perfeito demais e distante demais.Era meio gordinho e chegava a ter um seio avantajado, o que não me atraia nem um pouco, mas nele, passava imune este detalhe.
Que vontade de apertar esse braço, abraçar essa cintura que devem dar três da minha, de grudar esse corpo no meu até sentir no meio um volume discreto de um principio de ereção.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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