Meio aquela confusão, Nanda já se perderá e não sabia mais direito quem era. Tudo conspirava para que sua esperança com Juan aumentasse, Gustavo era só mais uma delas, poderia ser outro.
Além de serem homens blindados, alguns blindavam também seu amor, e ela também estava fazendo isso, sabia que podia mais, mas não gastava assim seu amor, queria guardar tudo para Juan.Mas e quem era merecedor de todo aquele sentimento? Poucas pessoas ... como saber também quem é merecedor ou não, não é?!
Ela vinha de branco sorrindo, avisar a Nanda nas horas de solidão desesperada que tivesse calma e paciência, mas a confundia muito quanto a alimentar suas esperanças.Sabia que não podia perde-la, podia sentir aquilo, e o fazia impacientemente.
Tinha de ser assim.Ela chorava, se depreciava e não sabia bem com o que, mas no íntimo sabia que tudo que precisava naquele momento para não explodir da pressão do mundo, das vibrações do planeta, era ter calma e muita paciência para tomar suas decisões de aguardar.
Em alguns momentos sabia em quem podia confiar, em outros não e se decepcionava.Não tinha com quem contar, todas as relações eram carregadas de interesses e estava farta disso.Se debulhava em seus cigarros com a caneta e o papel.A arte da escrita a consolava, não tinha freios como na fala, em seus cadernos era livre, dentro de sua mente era livre, dentro de sua casa era quase, assim como no poema de Anna Akhmótova, ela se sentia como aquele cuco, que se limitava em se estreitar na fronteira da luz e da escuridão, sem dizer o que era bom ou ruim, verdade ou não.Lá dentro daquela caixa de madeira ninguém sabia o que aconteceu, só depois que parasse de funcionar e a caixa fosse aberta.
Ela estava somente de corpo presente no mundo naquele momento.Ao som de Dylan, com as luzes e os panos coloridos, voltara ao Centro do Universo.Tudo era lindo, todos eram lindos, e o amor e a vontade de paz eram verdadeiros.Ela estava lá, e oscilava entre a alegria e a tristeza quando se recordava.E hoje ela estava ali, com a mesma idade, os mesmo anseios, tomando seus ácidos da mesma forma, com roupas bem menos coloridas e desta vez, o Dylan e a Janis tocavam no fone do computador do trabalho.Trabalho ... é isso que sentia mais saudade de não ter.E as perspectivas, ah as perspectivas cruzavam e impediam o amor de existir o tempo todo.Caía por dentro.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
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"m seus cadernos era livre, dentro de sua mente era livre, dentro de sua casa era quase, assim como no poema de Anna Akhmótova, ela se sentia como aquele cuco, que se limitava em se estreitar na fronteira da luz e da escuridão, sem dizer o que era bom ou ruim, verdade ou não"
ResponderExcluirWOW
Gleicynha, parabéns!
essa ficou foda